Abstract
This article is part of an exploratory movement from a post-doctoral study. Statements taken from interviews with Eliane Brum, Fabiana Moraes and Alexandra Lucas Coelho, authors of reporter books who integrate the role of subjects and the research corpus, revealed actions of resistance towards the form of journalistic objectification. Journalism was observed through the prism of gender, focusing on discourses from reporters on professional practices that subvert the dominant masculine logic and elaborate an interpretation of journalistic knowledge. A set of practices emerge, identified as feminine, which are inhibited and diminished in the hierarchies of journalistic values. It provides a more complex lens for observing reality and subjects; it demonstrates the inability of journalistic objectification, forged in the nineteenth century, for reading in the twenty-first century world. It suggests thinking about new and necessary eyes through which to see journalistic practices and the criticism of journalism.Este artigo é parte dos movimentos exploratórios de pesquisa de pós-doutorado. A partir dos depoimentos das jornalistas Eliane Brum, Fabiana Moraes e Alexandra Lucas Coelho, autoras de livros de repórter que integram o rol dos sujeitos e o corpus de pesquisa, encontramos pistas das ações de resistência ao modo de objetivação jornalística. Neste exercício reflexivo, o jornalismo é observado pelo prisma de gênero focalizando nos discursos das repórteres sobre as práticas profissionais que subvertem as lógicas masculinistas dominantes e elaboram uma exegese do saber jornalístico. Um conjunto de práticas foi identificado como fazendo emergir o feminino interditado e inferiorizado nas hierarquias de valores do jornalismo. Sugere lentes mais complexas pelas quais a realidade e os sujeitos podem ser observados; demonstra a incapacidade da objetivação jornalística, forjada no século XIX, para uma leitura do mundo no século XXI. Dá fôlego para que se pense os novos e necessários óculos a serem utilizados nas práticas jornalísticas e para a crítica do jornalismo.
Este artículo hace parte de los movimientos exploratorios de una investigación postdoctoral. A partir de los depoimentos de las periodistas Eliane Brum, Fabiana Moraes y Alexandra Lucas Coelho, auctoras de libros de reportero, que forman parte del elenco de sujetos y el corpus de investigación, encontramos pistas de las acciones de resistencia al modo de objectivación periodística. En este ejencicio reflexivo, el periodismo es observado por el viés de género poniendo en relieve los discursos de las repórteras-auctoras sobre las prácticas profissionales que subverten las lógicas masculinistas dominantes y elaboran una exegesis del saber periodístico. Un conjunto de prácticas fué identificado como responsable por la emergencia del femenino interditado e inferior en las hierarquias de valores del periodismo. Indica lentes más complejas a traves de las cuales la realidad y los sujeios pueden ser observados; demuestra la incapacidad de la objetivación periodística, forjada en el siglo XIX, para una lectura del mundo en el siglo XXI. Sugere que se piense las nuevas y necessarias lentes para las prácticas periodísticas y para la crítica del periodismo.
References
Bonetti, A. (2011). Antropologia feminista: o que é esta antropologia adjetivada? In A Bonetti, Â.M.F.L. Souza, (Eds.), Gênero, mulheres e feminismos (pp. 53-67). Salvador/BA: EDUFBA: NEIM.
Bourdieu, P. (1997). Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Crespi, F., Fornari, F. (2000). Introdução à sociologia do conhecimento. Bauru, SP: EDUSC.
Foucault, M. (1996). A ordem do discurso. São Paulo: Edições Loyola.
Foucault, M. (2000). Em defesa da sociedade. Martins Fontes, São Paulo, 2000.
Foucault, M. (2012). Microfísica do Poder. São Paulo: GRAAL.
Genro, A. (1987). O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo. Retrieved from http://www.adelmo.com.br/index3.htm
Grosfoguel, R. (2012). Descolonizar as esquerdas ocidentalizadas: para além das esquerdas eurocêntricas rumo a uma esquerda transmoderna descolonial. Contemporânea, Revista de Sociologia da UFSCar, 2(2), p. 337-362.
Haraway, D. (1995). Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu 5, Campinas: Ed. Unicamp, vol.5, p. 07-41
Ijuim, J.K. (2013). Imprensa e preconceito: o pensamento abissal nos meios de comunicação e a deslegitimação de grupos sociais. Anais do XIII Congresso Internacional IBERCOM – Comunicación, cultura e esferas de poder. Retrieved from http://www.imultimedia.pt/ibercom/xiii/atasxiiicongresoibercom.pdf
Marocco, B. (2011). Os “livros de repórteres”, o “comentário” e as práticas jornalísticas. Contracampo, 22, p. 116-129.
Marocco, B. (2012). A contribuição dos repórteres para uma compreensão dos discursos jornalísticos sobre marginalidade. Revista C&S – São Bernardo do Campo, 34(1), p. 39-56.
Marocco, B. (2012). O jornalista e a prática: entrevistas. São Leopoldo: Editora Unisinos.
Marocco, B.A. (2015). Os procedimentos de controle e a resistência na prática jornalística. Galáxia., 30. Retrieved from http://revistas.pucsp.br/index.php/galaxia/article/view/21336/18254
Meditsch, E. (1992). O conhecimento do jornalismo. Florianópolis: UFSC.
Moraes, F. (2015). O nascimento de Joicy: transexualidade, jornalismo e os limites entre repórter e personagem. Porto Alegre: Arquipélago Editorial.
Pontes, F. (2010). Teoria e história do jornalismo: confluências e divergências das teorias do jornalismo e da história. Revista Interin, Curitiba, 10(2). Retrieved from http://seer.utp.br/index.php/i/article/view/94/69
Rago, M. (2015) Epistemologia feminista, gênero e história. Retrieved from http://www.cntgaliza.org/files/rago%20genero%20e%20historia%20web.pdf
Rosaldo, M. (1995). O uso e o abuso da antropologia: reflexões sobre o feminismo e o entendimento intercultural. Revista Horizontes Antropológicos. Dossiê Gênero, 1(1), pp 11-36.
Sardenberg, C.M. B. (2002). Da crítica feminista à ciência a uma ciência feminista? In C. M. B. Sardenberg & A.A.A Costa (Eds.), Feminismo, ciência e tecnologia (pp. 89-120). Salvador: REDOR/NEIM-FFCH/UFBA.
Scott, J.W. (1990). Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Revista Educação e Realidade, Porto Alegre, 16(2), Jul/Dec, pp. 5-22.
Silvino, A.M.D. (2007). Epistemologia positivista: qual sua influência hoje? Revista Psicologia, ciência e profissão, 27(2), 2007. p. 276-289.
Temer, A.C.R.; Assis, F.; Santos, M. (2014). Mulheres jornalistas e a prática do jornalismo de imersão: por um olhar sem preconceito. Revista Media e Jornalismo. 14(2), pp. 75-90.
Veiga da Silva, M. (2014). Masculino, o gênero do jornalismo: modos de produção das notícias. Florianópolis: Insular.
Veiga da Silva, M. (2015). Saberes para a profissão, sujeitos possíveis: um olhar sobre a formação universitária dos jornalistas e as implicações dos regimes de poder-saber nas possibilidades de encontro com a alteridade. Doctoral dissertation. Graduate Study Program in Communication and Information, Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS.
Vieira, K.M. Veiga, M., Furtado, T. (2012). As narrativas de si e os modos de operar na construção das práticas jornalísticas por jornalistas. In: B. Marocco (Ed.), Entrevista na prática jornalística e na pesquisa (pp.129-143). Porto Alegre: Libretos.
Copyright for articles published in this journal is retained by the authors, with first publication rights granted to the journal. By virtue of their appearance in this open access journal, articles are free to use, with proper attribution, in educational and other non-commercial settings.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.