Abstract
This paper seeks to situate historically the production of what is now called “fake news” and points out the misconception of establishing a dividing line in which the traditional press would be the sole source for reliable information, even though it was and still is the origin of much untrue or biased information. It criticizes the methods of the fact-checking agencies, which end up selling a false idea of objectivity. But above all, it points out the need to deepen the discussion about credibility at a time when reference information standards are challenged and beliefs seem to be allowed to prevail over the evidences. If arguments are useless in face of convictions, and if journalism is more than never necessary, the way to recover its role would have to be sought outside the rational field, in order to deactivate the affections that lead to the formation of bubbles refractory
to all criticism.
Este artigo procura situar historicamente a produção do que hoje se chama “fake news” e assinala o equívoco de se estabelecer uma linha divisória na qual a imprensa tradicional seria a exclusiva fonte para a informação confiável, mesmo porque ela própria foi e continua a ser a origem de muita informação inverídica ou deturpada. Critica os métodos das agências de checagem, que acabam por vender uma falsa ideia de objetividade. Mas, principalmente, aponta a necessidade de um aprofundamento da discussão sobre credibilidade, em um tempo em que os padrões da informação de referência são contestados e as crenças parecem autorizadas a prevalecer sobre as evidências. Se os argumentos são inúteis diante das convicções, e se apesar disso o jornalismo é mais do que nunca necessário, a saída para recuperar o seu papel precisaria ser buscada fora do campo racional para depois recuperá-lo, de modo a desativar os afetos que levam à formação das bolhas refratárias a qualquer crítica.
Este artículo busca situar históricamente la producción de lo que hoy se llama “fake news” y señala el equívoco de establecer una línea divisoria en la que la prensa tradicional sería la única fuente para la información confiable, incluso porque ella misma fué y sigue siendo el origen de mucha información falsa o engañosa. Critica los métodos de las agencias de chequeo, que acaban por vender una errónea idea de objetividad. Pero, principalmente, apunta la necesidad de una profundización de la discusión sobre credibilidad, en un tiempo en que los parámetros de la información de referencia son contestados y las creencias parecen autorizadas a prevalecer sobre las evidencias. Si los argumentos son inútiles ante las convicciones, y si a pesar de ello el periodismo sigue siendo necesario, la salida para recuperar su papel necesitaría ser buscada fuera del campo racional, para desactivar los afectos que llevan a la formación de las burbujas refractarias a cualquier crítica.
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