Abstract
O sofrimento é trazido por fotografias de imprensa desde o período moderno. Galerias de sofredores exibem as marcas de seus infortúnios como registro legítimo das guerras, atentados, doenças. Ancoradas em um caráter indicial acentuado, estas imagens também constituem e intensificam um campo complexo de visibilidade no qual atuam disputas e pactos de acessos e lugares. O propósito deste texto é discutir os modos de tornar o sofrimento uma classificação quando associa o sofredor à condição de um pertencimento. Assim, atados a uma identidade, corpo e expressão serviriam apenas à conformação de um ethos, como um modelo exemplar de personagem. Para além da descrição destas estratégias, buscamos refletir a experiência afetiva com este universo de imagens sob a perspectiva de um encontro possível com o singular, o sujeito qualquer, trazido pela imagem.
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