Abstract
Este trabalho discute as presenças e as ausências que os relatos jornalísticos colocam em jogo ao abordar a violência cometida contra crianças e adolescentes por pessoas com as quais eles possuem vínculos consanguíneos ou de confiança e convivência. A análise parte de textos (cartas de leitores, artigos, editoriais, notícias e reportagens) publicados nos anos de 2008 e 2009, em três jornais diários do estado brasileiro de Minas Gerais: Estado de Minas, O Tempo e Super Notícia. Com auxílio da Análise de Conteúdo, sistematizamos os relatos e apontamos os tipos de violência que aparecem com mais frequência, assim como os locais em que essas ocorrências se desenrolam e os atores apontados como responsáveis pelo gesto violento. Discutimos então como os jornais analisados confirmam a existência de “vítimas preferenciais” e de que maneira determinadas ocorrências recebem mais atenção do que outras.
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