Abstract
The article supports the hypothesis that contemporary journalism is facing a crisis of governance, derived from the fraying of social relations between the media enterprises and their audiences (readers, sources, stakeholders, advertisers, subscribers). In contrast to the interpretations that limit the crisis to the funding issue or the business model, we argue that such difficulties are apparent manifestations of structural changes in relations between journalism and the public, affecting both production and circulation of journalistic information processes, particularly concerning its corporate organizational form. Each of these dimensions is affected by actions and representations of the audiences, heavily modified in just over a decade in response to the changes in technology and communication. The article demonstrates how the concept of governance gives a better understanding of the dimensions of the crisis and a glimpse into the possible solutions.O artigo sustenta a hipótese de que o jornalismo contemporâneo atravessa uma crise em sua governança, derivada do esgarçamento das relações sociais entre as empresas jornalísticas e seus públicos (audiências, fontes, stakeholders, anunciantes, assinantes). Contra as interpretações da crise que a circunscrevem ao financiamento ou ao modelo de negócio, argumenta-se que tais dificuldades são manifestações aparentes de transformações estruturais nas relações com os públicos, que afetam tanto os processos de produção e circulação da informação jornalística, quanto sua forma organizacional predominantemente empresarial. Sobre cada uma dessas dimensões incidem ações e representações dos públicos, fortemente modificadas num intervalo de pouco mais de uma década como reação às transformações tecnológicas e de comunicação. O artigo demonstra como o conceito de governança permite compreender melhor as dimensões da crise e vislumbrar possibilidades de saída.
Este artículo sostiene la hipótesis de que el periodismo contemporáneo está pasando por una crisis de gobernabilidad, derivada del deshilachado de las relaciones sociales entre los medios y sus audiencias (los lectores, las fuentes, los stakeholders, los anunciantes, los abonados). Contra las interpretaciones que circunscriben la crisis a la financiación o al modelo de negocio, se argumenta que tales dificultades son manifestaciones estructurales de cambios profundos en las relaciones con el público, que afectan tanto a los procesos de producción y circulación de la información periodística, como su forma organizacional de negocio. Las acciones y representaciones del público, muy cambiadas en un intervalo de poco más de una década en respuesta a los cambios tecnológicos y de la comunicación, afectan cada una de esas dimensiones. El presente artículo muestra cómo el concepto de gobernabilidad permite comprender mejor las dimensiones de la crisis e imaginar las posibilidades de salida.
References
Aguiar, L., & Barsotti, A. (2015). O jornalista como mobilizador da audiência na internet. In D. Moura, F. Pereira & Z. Adghirni, Mudanças e permanências do jornalismo (1st ed., pp. 77-96). Florianópolis: Insular.
Anderson, C., Bell, E., & Shirky, C. (2013). Jornalismo pós-industrial. Revista De Jornalismo ESPM, 2(5), 30-89.
Aquino, H. (2015). GfK apresenta relatório global de confiança nas instituições e setores econômicos. São Paulo: GfK. Retrieved from http://www.gfk.com/br/news-and-events/press-room/press-releases/paginas/gfk-apresenta-relatorio-global-de-confianca-nas-instituicoes-e-setores-economicos.aspx.
Bakker, P. (2014). Mr. Gates Returns: Curation, community management and other new roles for journalists. Journalism Studies, 15(5), 596-606. http://dx.doi.org/10.1080/1461670x.2014.901783
Benson, Rodney (2016). Are foundations the solution to the American journalistic crisis? NYU Department of Media, Culture, and Communication. Media Ownership Project Working Paper 2016-001, March 2016. Retrieved from http://rodneybenson.org/wp-content/uploads/Benson-Are-Foundations-the-Solution_-March-20161.pdf.
Bevir, M. (2011). The SAGE handbook of governance (1st ed.). Londres: Sage.
Bevir, M. (2013). A theory of governance (1st ed.). University of California Press.
Blair, M. (1995). Ownership and control: rethinking corporate governance for the twenty-first century (1st ed.). Washington: Brookings Institution.
Bourdieu, P. (2007). A distinção (1st ed.). Porto Alegre: Zouk.
Bourdieu, P. (2009). A economia das trocas simbólicas (6th ed.). São Paulo: Perspectiva.
Brasil. Presidência da República. Secretaria de Comunicação Social. (2014). Pesquisa brasileira de mídia 2014: hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. Brasília: Secom.
Brock, G. (2013). Out of print (1st ed.). Londres: Kogan Page.
Bruno, N., & Nielsen, R. (2012). Survival is success: journalistic online start-ups in Western Europe (1st ed.). Oxford: Reuters Institute for the Study of Journalism.
Cagé, J. (2015). Sauver les médias: Capitalisme, financement participative et démocratie (1st ed.). Paris: Seuil.
Caires, L. (2010). Quem faz a mídia no CMI Brasil: jornalismo alternativo, ativista e colaborativo na internet (Mestrado). Universidade de São Paulo.
Chalaby, J. (1998). The invention of journalism (1st ed.). Londres: Macmillan Press.
Chalaby, J. (2004). O jornalismo como invenção anglo-americana: Comparação entre o desenvolvimento do jornalismo francês e anglo-americano. Media & Jornalismo, 3(3), 29-50.
Charon, J., & De Bonville, J. (2016). Natureza e transformação do jornalismo (1a ed.). Florianópolis: Insular.
Claumann, R. (2015). OCDE e governança corporativa: construção e legitimação de um modelo (Master Thesis). Universidade Federal de Santa Catarina.
Costa, C. (2014). Um modelo de negócio para o jornalismo digital. Revista De Jornalismo ESPM-CJR, 3, 51-115.
De Certeau, M. (2000). A Invenção do cotidiano (1st ed.). Petropolis: Vozes.
Deuze, M. (2005). What is journalism? Professional identity and ideology of journalists reconsidered. Journalism, 6(4), 442-464.
Deuze, M. (2006). Liquid journalism. Political Communication Report, 16(1).
Deuze, M., & Witschge, T. (2016). O que o jornalismo está se tornando. Parágrafo, 4(2), 6-21.
Diab, C., & Schwaab, R. (2014). Jornalismo em defesa das causas perdidas: antagonismos do contemporâneo na narrativa de reportagens da Agência Pública. Verso E Reverso, 28, 101.
Donsbach, W. (2014). Journalism as the new knowledge profession and consequences for journalism education. Journalism, 15(6), 661-677.
Fontoura, M. C. (2012). O financiamento coletivo de projetos noticiosos no Brasil: uma análise do Catarse. Anais: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Fortaleza, CE – 3 a 7/9/2012. Retrieved from http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2012/expocom/resumos/R7-1797-1.pdf
Gallup (2016). Confidence in institutions. Retrieved from http://www.gallup.com/poll/1597/confidence-institutions.aspx.
Genro Filho, A. (2012). O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo (1st ed.). Florianópolis: Insular.
Ginosar, A. (2013). Media Governance: A Conceptual Framework or Merely a Buzz Word?.Communication, Culture & Critique, 23, 356-374.
Heinonen, A., & Luostarinen, H. (2009). Re-Considering "Journalism" for Journalism Research. In M. Löffelholz & D. Weaver, Global Journalism Research: Theories, Methods, Findings, Future (1srt ed., pp. 227-239). Wiley-Blackwell.
Hidalgo, A., & Barrero, A. (2002). Notícias falsas, incorretas e incompletas. Os desafios dos jornalistas em busca da retificação voluntária. A experiência espanhola. Brazilian Journalism Research, 8(2), 212-236.
Holloway, J. (2013). Fissurar o capitalismo (1st ed.). São Paulo: Publisher Brasil.
Ibope Inteligência (2014). Pesquisa brasileira de mídia 2014: hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. – Brasília: Secom/PR, 2014.
Ibope Inteligência (2016). Pesquisa brasileira de mídia 2016: hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. – Brasília: Secom/PR, 2016.
James, B. (2006). Media and good governance (1a ed.). Dakar: Unesco.
Levy, D., & Nielsen, R. (2010). The changing business of journalism and its implications for democracy (1st ed.). Oxford: Reuters Institute for the Study of Journalism.
Martín-Barbero, J. (2017). Tecnicidades, identidades, alteridade: mudanças e opacidades da comunicação no novo século. In D. Moraes, Sociedade Midiatizada (1st ed., pp. 51-79). Rio de Janeiro: Mauad.
MDA Pesquisas (2016). Pesquisa CNT/MDA Rodada 132. Brasília: Confederação Nacional dos Transportes. Retrieved from http://cms.cnt.org.br/Imagens%20CNT/PDFs%20CNT/Pesquisa%20CNT%20MDA/pesquisadeopiniao-relatoriosintese.pdf.
Meditsch, E. (2002). O jornalismo é uma forma de conhecimento?. Media E Jornalismo, 1(1).
Mitchell, A., et al. (2016). The modern news consumer. Washington: Pew Research Center.
Moura, D., Pereira, F., & Adghrni, Z. (2015). Mudanças e permanências do jornalismo (1st ed.). Florianópolis: Insular.
Newman, N., et al. (2015). Reuters Institute digital news report 2015. Oxford: Reuters Institute for the Study of Journalism. Retrieved from http://www.digitalnewsreport.org.
Newman, N., et al. (2016). Reuters Institute digital news report 2016. Oxford: Reuters Institute for the Study of Journalism, 2016. Retrieved from https://reutersinstitute.politics.ox.ac.uk/sites/default/files/Digital-News-Report-2016.pdf.
Nielsen, R., Esser, F., & Levy, D. (2013). Comparative Perspectives on the Changing Business of Journalism and Its Implications for Democracy. The International Journal Of Press/Politics, 18(4), 383-391.
Park, R. (2008). A notícia como forma de conhecimento: um capítulo da sociologia do conhecimento. In C. Berger & B. Marocco, A Era Glacial do Jornalismo (1st., pp. 51-70). V. 2. Porto Alegre: Sulina.
Pauwels, C., & Picone, I. (2012). The tussle with trust: Trust in the news media ecology. Computer Law & Security Review, 28(5), 542-550.
Peruzzo, C. (2009). Aproximações entre a comunicação popular e comunitária e a imprensa alternativa no Brasil na era do ciberespaço. Revista Galáxia, (17), 131-146.
Peters, C., & Broersma, M. (2017). Introduction: Towards a functional perspective on journalism's role and relevance. In C. Peters & M. Broersma, Rethinking Journalism Again (1st ed.). Londres, Nova York: Routledge.
Pontes, F. (2015). Adelmo Genro Filho e a Teoria do Jornalismo (1st ed.). Florianópolis: Insular.
Puppis, M. (2010). Governance: A New Concept for the Analysis of Media Policy and Regulation. Communication, Culture & Critique, 3, 134-149.
Ringoot, R., & Ruellan, D. (2007). Journalism as a permanent and collective invention. Brazilian Journalism Research, 3(2), 67-76.
Sampio, D. (2015). Emprenedors em temps de crisi. Anàlisi qualitativa de quinze iniciatives periodístiques. Comunicació: Revista De Recerca I D'anàlisi, 32(1), 35-51.
Schmitz, A. (2011). Fontes de notícias: ações e estratégias das fontes no jornalismo (1st ed.). Florianópolis: Combook.
Serrano, P. (2014). La prensa ha muerto: viva la prensa! (1st ed.). Barcelona: Ediciones Peninsula.
Souza Santos, B. (2002). Produzir para viver: os caminhos da produção não capitalista (1st ed.). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Traquina, N. (2005). O estudo do jornalismo no século XX (1st ed.). São Leopoldo: Unisinos.
Verón, E. (2004). Fragmentos de um tecido (1st ed.). São Leopoldo: Unisinos.
Wagemans, A., Witschge, T., & Deuze, M. (2016). Ideology as Resource in Entrepreneurial Journalism. JournalismPractice, 10(2), 160-177. http://dx.doi.org/10.1080/17512786.2015.1124732
Waisbord, S. (2017). Crisis? Whatcrisis?. In C. Peters & M. Broersma, Rethinking journalism again: Societal role and public relevance in the digital age (1st ed., pp. 205-215). Londres: Routledge.
Copyright for articles published in this journal is retained by the authors, with first publication rights granted to the journal. By virtue of their appearance in this open access journal, articles are free to use, with proper attribution, in educational and other non-commercial settings.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.