Resumen
Pensar o fazer e o narrar jornalísticos como empreendimentos em singular relação com o próprio tempo e as questões intrínsecas a ele é salutar. O presente texto toma os livros escritos por jornalistas como lugar de fuga para exercitar tal compreensão. A perspectiva mais ampla é a de tensionar a relação da narrativa midiática com as questões do contemporâneo em um espaço conceitual intervalar. Aqui, nosso recorte considera o trabalho da jornalista e escritora portuguesa Alexandra Lucas Coelho em três de suas obras, Caderno Afegão (2009), Viva México (2013) e Tahrir: os dias de revolução no Egito (2011), explorando o que nos dizem sobre o jornalismo e seus processos de apuração e escrita do tempo e do Outro.Citas
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