Resumo
As transformações por que passou a imprensa por volta de 1900 deram origem a uma reavaliação de seu significado e bases teóricas por parte de seus intérpretes liberais. O colapso do jornalismo político e doutrinário delas resultante foi, de início, objeto de assimilação, via a reestruturação de suas antigas teorias. Depois de 1918, porém, sua agenda de discussões migrou do campo da formação da opinião pública para o da manipulação da consciência das massas. As teorias liberais sofreram um eclipse, que subordinou a velha figura da imprensa ao novo conceito de propaganda. Este artigo relata e avalia as peculiaridades históricas desse processo, analisando as ideias de Frank Taylor, Emil Löbl, Wilhelm Bauer, Karl Kraus e Henry Mencken.
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