Resumo
O conceito de “monoculturas da informação”, desenvolvido a partir do trabalho da filósofa indiana Vandana Shiva, explora a relação entre as análises da autora no campo da biodiversidade e da biotecnologia e a problemática da hipersegmentação das narrativas jornalísticas. A observação atenta das lógicas que subjazem ao sistema de monocultura auxilia no entendimento e na desmistificação dos processos de segmentação no jornalismo, especialmente no que tange aos mecanismos de fabricação de mais do mesmo para grupos específicos, com vistas à eliminação da diversidade para atender à tão celebrada personalização. Neste contexto, torna-se premente discutir a problemática da tendência à fragmentação e à efemeridade nos dias de hoje, atentando para esses modos de apropriação do real e de marcação dos fluxos temporais que afetam e definem de maneira intensa as relações, conteúdos e experiências narrativas (e sociais) da contemporaneidade.
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