Abstract
Based on Entman’s (1993) and Iyengar’s (1996) concepts , this article intends to identify the frames practiced by O Estado de São Paulo (OESP) and Folha de S. Paulo (FSP) for the crack issue during Gilberto Kassab’s (2009 to 2012) and Fernando Haddad’s administrations (2013 to 2016). For that, 120 texts were analyzed, with the hypothesis that the newspapers’ political positions are also translated in their information material - and, therefore, FSP and OESP would present different coverages. The results confirmed this hypothesis, since OESP addressed the issue from the health point of view in both periods, with emphasis on public safety during the second administration. In addition to the health issue, FSP has focused on public safety aspects in Kassab’s administration and economy in Haddad’s administration. Despite this, newspapers have brought similarities, such as the use of episodic frame in most of the texts.Partindo dos conceitos de Entman (1993) e Iyengar (1996), esse artigo pretende identificar quais os frames praticados por O Estado de S. Paulo (OESP) e Folha de S. Paulo (FSP) para a questão do crack durante as gestões de Gilberto Kassab (2009 a 2012) e de Fernando Haddad (2013 a 2016). Para tanto foram analisados 120 textos, com a hipótese de que as posições políticas dos jornais se traduzem, também, em seu material informativo – e, por isso, FSP e OESP apresentariam coberturas distintas. Os resultados confirmaram tal hipótese, pois OESP abordou o assunto sob a ótica da saúde nos dois períodos, com destaque para a segurança pública durante a segunda gestão. Já FSP enfocou, além da questão de saúde, aspectos de segurança pública na gestão Kassab e de economia na de Haddad. Apesar disso, os jornais trouxeram semelhanças, como o uso do frame episódico na maioria das matérias.
Desde los conceptos de Entman (1993) y Iyengar (1996), este artículo tiene como objetivo identificar los enmarcamientos usados por O Estado de S. Paulo (OESP) y Folha de S. Paulo (FSP) para cestión de crack durante las administraciones de Gilberto Kassab (2009-2012) y Fernando Haddad (2013-2016). Por lo tanto, se analizaron 120 textos, con la hipótesis de que las posiciones políticas de los periódicos se traducen también en su material de información - y por lo tanto, FSP y OESP presentarían diferentes coberturas. Los resultados confirmaron esta hipótesis, ya que el OESP se acercó a la cuestión desde la perspectiva de la salud en ambos períodos, sobre todo para la seguridad pública durante el segundo término. Ya el FSP se centró, más allá del tema de la salud, los aspectos de seguridad pública en la gestión Kassab y economía en Haddad. Sin embargo, los periodicos trajeron similitudes, tales como el uso de enmarcamiento episódico en la mayoría de los textos.
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