Resumo
Este artigo tem como objetivo avaliar se existe uma comunidade jornalística de língua portuguesa “desterritorializada” ou se autopercepções profissionais distintas prevalecem entre jornalistas portugueses e brasileiros. Com base em uma extensa análise comparada de 200 questionários – incluindo questões sobre as culturas do jornalismo, a confiança nas instituições e as influências no trabalho de coleta de notícias – o texto avalia a proximidade cultural dos dois países, bem como o índice de globalização, os respectivos contextos políticos e os diferentes meios de comunicação. Apesar da proximidade esperada e de alguns sinais de convergência entre os dois países, o estudo comparado mostra algumas diferenças que são resultantes da respectiva incorporação institucional, social e cultural. Assim, culturas profissionais diferentes impedem a existência de uma cultura jornalística de língua portuguesa “translocal” e confirmam a importância dos contextos.Referências
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